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28 agosto 2012

Cuide de Seu Corpo

 
 
"Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e obrares o que é reto diante de seus olhos e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito, porque eu sou o Senhor que te sara”        
                         Êxodo 15:26
 
Deus por   intermédio  de  Moisés, anuncia ao povo de Israel que ele é o Deus da saúde. No versículo que acabamos de ler, está clara a diferença entre o povo de Israel e os Egípcios, isso é um fato significativo, pois a medicina egípcia era, naquela época muito avançada em relação aos demais povos e, em especial aos Hebreus.

Do ponto de vista humano, a medicina egípcia era superior à de Israel. Entretanto, Deus avisava que o povo de Israel teria mais saúde que os egípcios.

Moisés fora educado em toda a ciência dos egípcios (Atos 7:22). Entretanto, ao dar as normas da lei para seu povo, seguiu fielmente o que o próprio   Deus    lhe   houvera dito, estabelecendo naquela época, dentro de um povo que pouco desenvolvera sua medicina, conceitos tão corretos que somente milhares de anos após, a ciência os estabeleceu como verdades inquestionáveis.

Vejamos alguns pormenores interessantes. No livro de Levítico 13:46 lemos “será imundo durante os dias em que a praga estiver nele; é imundo, habitará só: a sua habitação será fora do arraial”.
Está evidenciado nestes versículos o princípio básico do “isolamento” da “quarentena”. Hoje o isolamento é algo óbvio e comum. Há até hospitais específicos para receber os doentes com moléstias infectocontagiosas.

Entretanto, até há poucos séculos, isso não era conhecido. Foi necessário que milhões de pessoas em todo o mundo fossem dizimadas por inúmeras “pestes”, até que esse princípio bíblico fosse seguido.
Assim se deu com a “peste negra” que na idade média matou cerca de ¼ de toda a população da Europa. O quadro começou a reverter-se quando as medidas de isolamento foram implantadas.
O Cap. 19 do livro de Números é um tratado de assepsia e antissepsia. Ensina detalhadamente o uso habitual do lavar as mãos para determinadas situações. Esse procedimento é hoje ato obrigatório em qualquer hospital.

Hoje, a ciência sabe e comprova a transmissibilidade de doenças por mãos contaminadas. Muitas vidas, foram ceifadas pela ignorância.

A mortalidade hospitalar era enorme antes de 1878, quando perceberam e sentiram a necessidade de lavar as mãos antes de cirurgias, partos e muitas outras operações. Moisés, no entanto, recebera do próprio Deus este ensinamento – “Quando pois, o que tem o fluxo, contar-se-ão sete dias para sua purificação e lavará os seus vestidos,e banhará a sua carne em águas vivas, ou seja em águas correntes”

Lemos em Deuteronômio 23: 12,13 – “Também haverá um lugar fora do acampamento para onde irás. De entre as tuas armas terás uma pá e quando te abaixares fora, cavarás com ela e, volvendo-te, cobrirás o que saiu de ti”.

Milhares de pessoas, vítimas de cóleras, disenterias e febre tifoide, poderiam ter sido salvas se esse procedimento, medida de sanitarísmo houvesse sido implantado. O costume de jogar os dejetos nas ruas era comum. A contaminação era generalizada.

Hoje, sabe-se que a água encanada e esgoto são capazes de diminuir a mortalidade infantil três vezes mais eficazmente que os recursos empregados com médicos e hospitais.

Assim, vemos que o Senhor deu diretrizes ao seu povo, também quanto à higiene.

O crente não deve ser uma pessoa imunda por mais pobre que seja, porque pobreza não é sinônimo de sujeira. O crente deve dar um bom testemunho te nas coisas mínimas como por exemplo; não jogar lixo na rua, manter sua casa limpa, manter os cuidados primários que beneficiam muito à saúde.
Repito, Deus deu ordenanças quanto à saúde espiritual, mas também quanto à saúde física.

O problema é que muitos crentes preocupam-se só com a alma, o corpo, esse fica entregue a imundícia. Lembre-se, que o seu corpo é o Templo do Espírito Santo, precisa ser muito bem cuidado. E a Bíblia diz como cuidar dele.

Pr. José Vasconcelos

19 agosto 2012

Uma Mensagem aos Pais



“A palavra branda desvia o furor, mas, a dura suscita a íra”
Provérbios.  15:1


    Resolvi fugir de casa, não havia motivos para isso, mas resolvi. Meus pais me tratavam bem, eu era o menino mais privilegiado da vizinhança. Mas bateu aquela vontade de ir embora, conhecer novos lugares, aventurar-me por esse mundo afora.

    Logo, surgiu a oportunidade de concretizar esse intento.  À margem da estrada que nos conduzia a cidade, morava um casal de velhos. Quando anoitecia os dois sentavam-se na calçada da casa e ali ficavam até que o sono os convidasse a entrar.

    Todas as vezes que eu  passava ali, dava uma paradinha, conversava um pouco com eles, tornou-se um hábito da minha parte. Uma noite disseram-me que fariam uma viagem ao Recife. Iriam visitar uns parentes que moravam lá. Eu também tinha um tio que morava naquela capital, não pensei duas vezes; perguntei-lhes: -Vocês podem me levar junto?

    Claro, meu filho, foi a resposta. Fale com seus pais.

    Mas isto não estava nos meus planos,  jamais  eu  teria  a  permissão deles, precisava fazer isso às escondidas,  quando sentissem a minha falta já estaria longe. Mesmo assim comuniquei o fato a minha mãe, seria injusto deixá-la assim. Ela me deu o silêncio como resposta.

    Na verdade, eu não queria fugir dela, nem mesmo do meu pai.

    É que  alguns primos já haviam feito isso antes e quando voltavam de férias vinham diferentes.

    Roupas bonitas, óculos escuros da armação larga e, cinturão de fivela grande. Iam a feira e lá encostavam-se nos bancos de madeira com os dedos polegares dentro das riatas da  calça, nessa posição paqueravam as mocinhas que encabuladas riam e escondiam o rosto.

    Alguns traziam radiola da marca philips e alguns discos da velha guarda,  era uma festa, a casa ficava cheia. De longe se ouvia os sucessos de Nilton César e Silvinho, “A namorada que sonhei”, “Tu és o maior amor da minha vida”, como eu os invejava! Precisava ir para a cidade grande.

    A viagem seria na madrugada do domingo, disse-me o senhor João Marques e dona Emília. Que eu estivesse em sua casa às três horas da manhã. No sábado que antecedeu este dia, selei meu cavalo e fui à casa de um amigo pedir uma mala emprestada. Ele não só me emprestou como me incentivou nesse intento e, desejou-me boa sorte.

    Comecei a arrumação da mala, separei as roupas que estavam menos desbotadas.  A  única  coisa nova que botei nela foi um par de alpercatas marrom, já fazia algum tempo que meu pai me dera aquele calçado mas, eu tinha pena de estragá-lo  nas  pedras do caminho. Agora iria usá-lo na cidade grande, nas ruas mais lisas do que o piso da minha casa.

    Minha mãe observava tudo sem dar uma palavra. Eu estava muito à vontade, era sábado e todos os sábados meu pai trabalhava numa mercearia, chegando só a noitinha.

    Quando o sol se escondeu no horizonte, prenunciando a  chegada da noite, fui  me esconder numa touceira de aveloz (arbusto leitoso) que ficava atrás de casa. Logo, meu pai iria chegar do trabalho e eu queria evitá-lo. De onde estava podia ver, sem ser visto todos os movimentos dentro de casa pela porta da cozinha que se encontrava aberta. Meu pai chegou. Vi quando minha mãe dirigiu-se a ele e disse-lhe alguma coisa que entendi muito bem o que era. Após ouví-la, dirigiu-se à porta e olhando na direção aonde eu estava me chamou:

 _Velto.

Estremeci; pensei em não responder, mas o seu chamado era irresistível, timidamente respondi:

_Senhor.

A voz de comando se fez ouvir:

_ Venha cá.

Eu sabia o que me esperava, seria mais uma surra daquelas, talvez a maior das que eu já tinha levado.
     Não tremi como das outras vezes que era chamado para apanhar. No íntimo, eu estava desejando ser surrado; o ardor das chicotadas me levaria mais depressa ao meu objetivo.  Ele não sabia que a mala estava escondida no meio do mato, eu tinha pensado em tudo. Dessa vez eu não choraria, seria a última surra, depois era só a liberdade. Ao entrar em casa, chamou-me para o seu quarto, sentou-se na cama e disse para eu também me sentar. A penumbra envolvia o ambiente. A única luz que havia era a de um candeeiro que estava na casa, não lembro de ter visto minha mãe. Teria ela se afastado para não ver o que iria acontecer comigo?

Meu pai falou brandamente:

_ Meu filho, sua mãe me disse que você quer ir embora. Tomei um susto, não com aquelas palavras, mas com a maneira como ele falou.

Não era comum meu pai tratar de um problema com aquela calma. As coisas eram resolvidas no grito e na pancada. Diante daquela serenidade emudeci.  Ele continuou:

_ Meu filho, você é muito jovem, não sabe como é viver numa cidade grande. Eu e sua mãe vamos ficar muito preocupados e tristes com a sua ausência. Tudo tem seu tempo, quando você for de maior pode ir. Pense nisto. Caí no choro, queria abraçá-lo mas tinha vergonha. Entre soluços disse: _ Pai, eu não quero mais ir embora.

Ele passou a mão na minha cabeça e saiu, foi chorar às escondidas. Poucos anos se passaram depois disso, quando chegou o dia de eu ir definitivamente para o Recife, agora com a bênção e a aprovação dos meus pais. Estava indo embora com um propósito grandioso, iria me preparar para ser Pastor. E isto os deixou muito felizes.

Pr. José Vasconcelos

11 agosto 2012

A Carta Que Judas Não Tencionava Escrever

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade...”.  Judas 3.


     Quando escrevemos uma carta temos um propósito em mente. Lembro-me que no passado as cartas eram iniciadas assim: “Escrevo-te esta para dar as minhas notícias e ao mesmo tempo ser sabedor das tuas”.

     Com Judas não foi diferente. Desejou escrever à igreja acerca da salvação comum. Salvação concedida tanto a ele, como judeu, como a eles como gentios. Salvação esta em que todos se interessavam profundamente.

     Mas foi forçado a mudar o propósito da sua carta por causa de uma heresia perigosa que estava se instalando na igreja.

     Ao invés de escrever uma carta pastoral, como era do seu desejo, viu-se obrigado a escrever sobre um assunto que não era agradável. Ele sabia que a fé dos seus destinatários corria grande perigo.

     A corrupção tende a entrar no terreno mais sagrado, na Igreja de Deus. Os crentes fiéis precisam estar sempre de sobreaviso contra precisam estar sempre de sobreaviso contra “homens ímpios que convertem em dissolução a Igreja de Deus”.

     Judas usa uma linguagem vigorosa com relação à irreverência, ignorância, caráter traiçoeiro e egoísmo destes pecadores que estavam se introduzindo na igreja. “Estes rejeitam o domínio e afrontam as dignidades” (Ver. 8). “Estes dizem mal do que não sabem” (Vers. 10). “Estes são manchas em vossas festas” (Vers. 12). “Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte” (Vers. 16). “Estes são os que causam divisões” (Vers. 19).

     A natureza destes pecadores é descrita pela sua semelhança com os três grandes rebeldes mencionados no Pentateuco. “Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré”.

     O caminho do sacrifício sem sangue – Caim. O erro de pensar que Deus é conivente com o homem em vez de senhor dos seus destinos – Balaão. A arrogância de uma fé determinada pelo homem – Coré.

     É lamentável que nestes últimos dias esta parte que se refere à vigilância e ao combate às heresias e inovações que assolam a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo seja negligenciada. A tolerância religiosa predomina nas vidas e nos púlpitos.

     A diligência pela defesa da fé e o zelo estão se apagando a cada dia que passa. A exortação do apóstolo Pedro é propícia aos nossos dias: “Vós também, ponde nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude e à virtude a ciência”. II Pedro 1:5.

     Judas exorta-nos a batalhar pela fé. A fé aqui é um corpo de crenças. Judas não entra em detalhes, mas o designa como “A fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”.

     Algumas coisas precisamos observar aqui. Esta fé não foi dada em certa ocasião, mas sim uma vez por todas. Entregue ao povo de Deus. O ensino e a pregação apostólicos que eram regulamentares para a igreja. O ensino apostólico, e não qualquer moda teológica que atualmente esteja em voga, é a marca do Cristianismo autêntico.

Pr. José Vasconcelos