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23 novembro 2009

Edificando sobre o fundamento dos antigos.









“Não removas os limites antigos que fizeram teus pais”. Provérbios 22:28.
A Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil aos poucos vai fazendo a sua história. Já tem mais de cinquenta anos fincada no solo brasileiro como um atalaia fiel no seu posto de vigia.
Voltando o olhar para o passado, para os primórdios da nossa igreja, sentimos que há uma necessidade de resgatarmos alguns fatos de grande relevância que marcaram a história da Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil.

Muitos desses fatos caíram no esquecimento por não haver quem os registrasse por escrito.
Não havendo registros dissolveram-se com o tempo, já que a preservação oral que passava de pai para filho não é mais vigente em nossos dias.
Concordo com Alexander Soltenitsin quando disse: “Os anos passam e o que não se refresca apaga-se em nossa memória”.
Esta foi a razão pela qual o Senhor estava sempre levando seu povo a lembrar do passado. “Lembrai-vos das coisas passadas, desde a antiguidade, que eu sou Deus e não há outro Deus semelhante a mim”. Isaías 46:9. O capítulo 6 do livro de Miquéias traz o relato da contenda do Senhor com o seu povo que andava esquecido dos seus grandes feitos: “Povo meu, ora, lembra-te...”. Miquéias 6:5.
Alguns que testemunharam o nascimento desta Igreja e dela participaram, carregaram consigo formidável acervo, mas já foram promovidos para a igreja triunfante. Outros ainda estão entre nós, arrastados pelo peso dos anos digerem sozinhos o passado, envoltos nas brumas da distância.
Não sou historiador. O historiador tem a competência e responsabilidade de registrar os eventos de modo fidedigno.

Sou apenas uma testemunha ocular de muitos fatos ocorridos no seio da Igreja Presbiteriana Fundamentalista. Testemunhei alegrias e tristezas, encontros e desencontros, perdas e vitórias. Hoje, contando com 55 anos de vida, sendo 34 deles no serviço do Senhor como ministro da Palavra, percebo o quanto estou ligado à vida desta Igreja.

Alguns, conscientes ou não, acusam-me de saudosista. Não sei se os que me tratam assim usam o termo como um eufemismo para não me chamar de retrógrado. Às vezes não sabemos as reais intenções por trás das palavras. O saudosismo é inerente ao ser humano. Os judeus cativos na Babilônia lembravam-se de Jerusalém e derramavam seus sentimentos na expressão: “Se eu me esquecer de ti ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da minha destra, apegue-se-me a língua ao paladar se não me lembrar de ti...”. Salmo 137:5,6.
Recordar o passado não é característica do retrógrado, mesmo que o faça com saudades. Os russos diziam: “Aquele que recorda o passado perde um olho. Aquele que o esquece perde os dois”.

Fico a me perguntar; qual será o futuro dos jovens pastores se nós, os que presenciamos a construção do primeiro templo, não cuidarmos para que eles saibam das lutas, da firmeza, seriedade e convicção daqueles que nos antecederam. Eles não viveram em vão. Lutaram pela construção de uma Igreja que reconhecesse e assumisse seu papel de igreja militante.

O escritor da epístola aos hebreus chama-nos a atenção quando diz: “Lembrai-vos dos vossos pastores que vos falaram a Palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver”. Hebreus 13:7. Continuemos ouvindo a Palavra do Senhor que nos diz: “Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele, e achareis descanso para as vossas almas”. Jeremias 6:16.

Não removamos os limites antigos que fizeram nossos pais.

Pr. José Vasconcelos da Silva Filho





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