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21 novembro 2017





Somente pela Fé (Parte 3)


"Ora a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam 
e a prova das coisas que se não veem”.
 Hebreus 11:1


A Palavra de Deus é a base em que a fé se sustém. Sem a Palavra a fé se desmorona, sem a Palavra nenhuma fé restará. 

A Palavra de Deus que nos é conferida é como um espelho em que a fé possa contemplar a Deus. Portanto, o Senhor que é o autor e o consumador da fé, opera com poder nos corações daqueles que ele atrai para si, levando-os a obediência que se presta ao evangelho. A fé nos leva a reconhecer que Deus existe, mas também entende qual seja a sua vontade para conosco. Portanto a fé é o conhecimento da vontade divina para conosco, obtido de sua Palavra.

IV - Firmada na divina Palavra a fé jamais cede terreno à incredulidade ou se deixa por ela se abater.
O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo disse: “Mas o espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrina de demônios” 1Timóteo 4:1

As investidas da parte dos apóstatas são contundentes, somos assediados, molestados, golpeados frequentemente. Mas, a fé arma-se e se fortalece na Palavra do Senhor.
Tomemos como exemplo o testemunho dos três amigos de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego.
O rei Nabucodonosor, líder da Babilônia, o reino de ouro tentou estabelecer uma religião mundial. A manifestação visível do seu intento foi a construção de uma estátua de ouro.
O propósito dessa imagem é que todos se prostrassem e a adorasse. Vemos que havia naquela época um sistema político internacional que era liderado por Nabucodonosor.

Esse sistema certamente incluía o poderio militar e uma boa economia. O sistema de comunicação era bastante eficiente.
Todos os que estavam debaixo da autoridade de Nabucodonosor compareceram na data certa, conforme a ordem expedida.
Mas ainda faltava uma coisa, a religião unificada. Havia a necessidade de realizar um evento religioso para demonstrar unidade e solidificar o império mundial de Babilônia.
Além disso o versículo 5 do Cap. 3 do livro de Daniel menciona seis instrumentos musicais usados para convocar as nações à adoração – (trombetas, pífaro, harpa, citara, saltério e gaita de foles).

Os instrumentos citados formaram a base do primeiro festival internacional de música religiosa. A música que se ouve hoje nas igrejas têm o mesmo som igual ao que tinha na época de Nabucodonosor e pode ser tocada com alegria e divertir qualquer grupo de pessoas.
Quando a situação chega a um ponto em que não há mais fronteira separando a música cristã da música secular, então é preciso alertar que estamos correndo um grande perigo.
O que aconteceu quando a música foi executada diante da estátua de ouro? “Se prostraram os povos, nações e homens de todas as línguas e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado” Daniel 3:7

Mas houve uma exceção, três judeus se recusaram a participar desse culto. Desafiaram a autoridade do rei Nabucodonosor.
Nabucodonosor não podia acreditar que alguém fosse contra o seu culto ecumênico.
Antes de cumprir neles o que havia decretado “qualquer que não se prostrar e não adorar a estátua, será lançado na mesma hora dentro do forno ardente” (Daniel 3:6). Deu-lhes mais uma chance.  Colaborem, façam uma pequena concessão, isso não lhes custará nada e irá preservar a unidade do meu reino.
“Estais dispostos quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa do saltério, da gaita de foles prostrar-vos e adorardes a imagem que fiz?”

A resposta da fé se fez ouvir – “não necessitamos de te responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus a quem servimos, é que pode livrar. Ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão ó rei.
E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoremos a estátua de ouro que levantastes” Daniel 3: 16-18.

Pr. José Vasconcelos











17 novembro 2017





Somente a Fé (Parte 2)

Ora a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam
e a prova das coisas que se não veem”. 
Hebreus 11:1



"A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem. (Hebreus 11:1).
A fé dá substância, realidade às coisas que se esperam; uma realidade que rege os pensamentos da mente e os sentimentos do coração.
É a convicção das coisas não vistas, convicção tão profunda e tão perfeita da sua realidade e, importância que determina o caráter e o modo de vida.
Tal é a natureza e o efeito da fé ilustrada no resto do cap. 11 de Hebreus.


1. A fé dá realidade às condições sob as quais Deus oferece misericórdia aos homens e consegue que estes cumpram  essas condições. “Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim; pelo qual alcançou testemunho de que era justo. Porquanto, Deus deu testemunho dos seus dons e depois de morto, ainda fala “por ela”.

2. A fé dá realidade às admoestações de Deus e promove o uso dos meios necessários para se escapar dos perigos que ameaçam. Por isso, “Noé divinamente advertido das coisas que ainda se não viam temeu, e  para salvação da sua família, construiu a arca pela qual condenou o mundo e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”.

3. A fé dá realidade às promessas de Deus e consegue o cumprimento das condições sob as quais foram feitas. “Portanto, pela fé Abraão, sendo chamado obedeceu, para sair ao lugar que havia de receber por herança, e saiu, sem saber para onde ia”. “Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele das mesmas promessas porque esperava a cidade que tem fundamentos da qual o artífice e fabricador é Deus.

 4. A fé dá realidade às bênçãos contidas nas “coisas que se esperam” e capacita o servo de Deus experimentar escárnios, açoites e até prisões. Porque as coisas que se esperam é uma convicção tão profunda e tão completa que promove as condições para suportá-las com gozo.

III - A  fé é frequentemente chamada nas escrituras de   “Pleno Conhecimento” – Efésios 4:13
  
  “Até que todos cheguemos a unidade da fé e ao conhecimento do filho de Deus” Tito 1:1

   “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade”.

   “...não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual” Colossenses 1:9

O apóstolo João testemunha que os fieis sabem que são filhos de Deus quando diz: “Amados agora somos filhos de Deus e ainda não é manifestado o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é o veremos. 1João 3:2

Esta certeza é firmada na persuasão da verdade divina, não no sensorial, no perceptual ou especulativo. O conhecimento da fé se contém mais em certificação que apreensão, ou seja;  exerço a minha fé naquilo que me foi revelado, que me foi certificado na Palavra mais do que naquilo que apreendi.  Isto é indicado nas palavras do apóstolo Paulo quando diz: “Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor, porque andamos por fé e não por vista(IICo. 5:6 e 7).

A fé é um conhecimento certo e seguro, fundamentado em Deus e na sua Palavra.  A fé não se contenta com opinião dúbia e mutável, não se contenta com uma noção obscura e confusa. Pelo contrário, requer certeza plena e fixa das coisas comprovadas.

A fé verdadeira é embasada na palavra de Deus escrita, este é o verdadeiro conhecimento de Cristo.
Cristo foi nos oferecido pelo Pai, conforme atestam as escrituras e não podemos ir até ele pela via reta a não ser pelo evangelho. No evangelho temos a mais plena manifestação de Cristo que é chamada por Paulo “A doutrina da Fé” 1Timóteo 4:6

O apóstolo Paulo une a fé à doutrina como sua companheira inseparável” (Ef. 4: 20,21). Há uma relação permanente da fé com a palavra. O Senhor diz através do profeta Isaías “ouvi-me e vossa alma viverá” Isaías 55:3.

Pr. José Vasconcelos









11 novembro 2017






Somente a Fé (Parte 1)


Ora a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem”.

 Hebreus 11:1


Dentre  os  outros pilares da reforma protestante, a fé ocupou um lugar de muita importância; um dos seus grandes lemas foi “Sola Fide – Somente pela Fé”.
Embora a reforma tenha começado oficialmente no dia 31 de outubro de 1517, quando Martinho Lutero afixou suas 95 teses nas portas da Igreja do Castelo em Wittenberg, e somente, em 1519 que ele chegou a um entendimento maduro deste artigo tão importante das escrituras, tão revolucionário para a teologia cristã.
Lendo Romanos 1:17 “O justo viverá da fé” ele concluiu que a justiça com a qual o pecador é justificado, é imputada nele pela obra de Cristo. A justiça de Cristo nos é imputada, somos declarados justos não pelos nossos méritos, não pelo que fazemos, mas pela graça de Deus em nos dar o que não merecemos. Deus aceita o sacrifício perfeito de Cristo na cruz e a justiça de Cristo nos é imputada pela fé somente.
I – Definindo o termo,  o que é fé?  O uso do termo fé tem gerado significados diferentes, em parte pelas definições arbitrárias que filósofos e teólogos lhe tem dado -  e, em parte pela grande diversidade de aspectos sob a qual é apresentada a Palavra de Deus.
Dentre tantos significados, queremos considerar “A fé como uma graça cristã, o fruto do Espírito, ou seja, aqueles exercícios da fé que são peculiares ao povo regenerado de Deus. Isso é o que se entende por fé salvífica”.
A cerca da fé salvadora, a nossa confissão de fé, nos diz: “A graça da fé, por meio da qual os eleitos são habilitados a crer que o Espírito de Cristo faz nos corações deles, e é ordinariamente operada pelo ministério da Palavra, por esse ministério, bem como pela administração dos sacramentos e pela oração ela é aumentada e fortalecida”.
II – A Importância e natureza da fé.
Todo o leitor das Sagradas Escrituras tem observado quanto elas dizem acerca da fé. Ela tem um lugar saliente entre as outras graças do Espírito.
Elas ensinam que somos unidos a Cristo pela fé, que somos justificados pela fé, que vivemos pela fé, que andamos pela fé, que vencemos o mundo pela fé, que somos santificados pela fé, e que, “sem fé é impossível agradar a Deus”.

Por que é que as Escrituras se ocupam tanto com esta graça, por que é que lhe dão um lugar tão saliente no plano da salvação e lhe atribuem tanta importância e tão grande poder?
Uma das razões acha-se no fato de que há tantas coisas que não se pode compreender, que não se pode receber a não ser pela fé.Requer-se de nós que creiamos nas verdades das escrituras, algumas estão acima da nossa compreensão, das nossas fracas forças mentais.
Temos de crer o que as escrituras dizem acerca de Deus, acerca da sua infinita excelência e glória, acerca das bênçãos que Ele tem nos conferido no passado e ainda, maiores bênçãos que Ele nos oferece para o futuro.

Temos de crer o que as escrituras dizem a respeito dos nossos pecados, quantos são, quão grande são, quão ofensivos são a Deus, quão detestáveis são em si e, destrutivos à alma.

Crendo tudo isto começamos a sentir que os cometemos, que precisamos abandoná-los e a buscar a santidade sem a qual ninguém verá a Deus.
Como sermos devotos e zelosos pela causa do Senhor se não crermos no que as Escrituras dizem acerca da sua importância, dos seus propósitos?
A fé é assim, a fonte, a força que nos leva a entender, que nos leva a exercitá-la, que nos leva a vitória.

Pr José Vasconcelos