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11 agosto 2012

A Carta Que Judas Não Tencionava Escrever

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade...”.  Judas 3.


     Quando escrevemos uma carta temos um propósito em mente. Lembro-me que no passado as cartas eram iniciadas assim: “Escrevo-te esta para dar as minhas notícias e ao mesmo tempo ser sabedor das tuas”.

     Com Judas não foi diferente. Desejou escrever à igreja acerca da salvação comum. Salvação concedida tanto a ele, como judeu, como a eles como gentios. Salvação esta em que todos se interessavam profundamente.

     Mas foi forçado a mudar o propósito da sua carta por causa de uma heresia perigosa que estava se instalando na igreja.

     Ao invés de escrever uma carta pastoral, como era do seu desejo, viu-se obrigado a escrever sobre um assunto que não era agradável. Ele sabia que a fé dos seus destinatários corria grande perigo.

     A corrupção tende a entrar no terreno mais sagrado, na Igreja de Deus. Os crentes fiéis precisam estar sempre de sobreaviso contra precisam estar sempre de sobreaviso contra “homens ímpios que convertem em dissolução a Igreja de Deus”.

     Judas usa uma linguagem vigorosa com relação à irreverência, ignorância, caráter traiçoeiro e egoísmo destes pecadores que estavam se introduzindo na igreja. “Estes rejeitam o domínio e afrontam as dignidades” (Ver. 8). “Estes dizem mal do que não sabem” (Vers. 10). “Estes são manchas em vossas festas” (Vers. 12). “Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte” (Vers. 16). “Estes são os que causam divisões” (Vers. 19).

     A natureza destes pecadores é descrita pela sua semelhança com os três grandes rebeldes mencionados no Pentateuco. “Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré”.

     O caminho do sacrifício sem sangue – Caim. O erro de pensar que Deus é conivente com o homem em vez de senhor dos seus destinos – Balaão. A arrogância de uma fé determinada pelo homem – Coré.

     É lamentável que nestes últimos dias esta parte que se refere à vigilância e ao combate às heresias e inovações que assolam a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo seja negligenciada. A tolerância religiosa predomina nas vidas e nos púlpitos.

     A diligência pela defesa da fé e o zelo estão se apagando a cada dia que passa. A exortação do apóstolo Pedro é propícia aos nossos dias: “Vós também, ponde nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude e à virtude a ciência”. II Pedro 1:5.

     Judas exorta-nos a batalhar pela fé. A fé aqui é um corpo de crenças. Judas não entra em detalhes, mas o designa como “A fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”.

     Algumas coisas precisamos observar aqui. Esta fé não foi dada em certa ocasião, mas sim uma vez por todas. Entregue ao povo de Deus. O ensino e a pregação apostólicos que eram regulamentares para a igreja. O ensino apostólico, e não qualquer moda teológica que atualmente esteja em voga, é a marca do Cristianismo autêntico.

Pr. José Vasconcelos

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