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30 julho 2012

Conformismo

    “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento...” Rm 12:02.

    Houve um período na história que se caracterizou por certas epidemias. No final do século passado e começo do presente século a febre amarela foi um dos grandes males que ameaçavam o Brasil. Sua transmissão e proliferação através do mosquito chegaram a vitimar, de 1850 a 1912, nada menos de 59.000 pessoas só na cidade do Rio de Janeiro.

    O mundo evangélico também tem sido vítima de certas epidemias que dizimam em muito a Igreja do Senhor Jesus Cristo. São as inovações que surgem de repente e logo se alastram impiedosamente, deixando as seqüelas por longos anos.

    Ultimamente, a Igreja do Senhor Jesus Cristo está sendo abalada por uma onda nefasta que, para surpresa nossa, tem mudado o comportamento até daqueles que achávamos nunca dariam ouvidos a tais absurdos.

    A música estridente e sem sentido está sendo aceita. O sacolejar dos irmãos ante essas músicas que provocam o movimento corporal tem se tornado comum até mesmo em algumas senhoras veneráveis que antes mal podiam sentar-se nos bancos queixando-se do reumatismo.

    Requebrados desajeitados de algumas anciãs já não é mais novidade. A igreja escancarou as portas para que todas as inovações mundanas pudessem entrar sem restrições. Qualquer novidade está sendo muito bem acolhida pelo povo, que deveria se caracterizar pela diferença ante um mundo corrupto e não pela semelhança.

    Não há nada que se veja nos shows mundanos que não possa ser visto hoje em muitas igrejas.
    Pastores estão aderindo a esses novos tempos com a desculpa de que estavam perdendo membros por seguirem uma linha tradicional. Para muitos, o que importa é a igreja cheia, não importa os fins para se chegar a isso. Se esquecem que Cristo disse em Mateus 18:20 “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estarei no meio deles”.

    É claro que não vamos cruzar os braços contentando-nos com dois ou três, mas sabemos que se o povo se evadir da igreja alegando que o pastor é conservador, radical e intransigente, se ficarem dois ou três reunidos em nome do Senhor Jesus Cristo, Ele, o Senhor, vai estar no meio deles. Nada pode substituir a presença de Cristo na igreja.

    Alguns alegam que estavam perdendo os membros por não haver nenhuma atração na igreja. Igreja não é circo, teatro ou cinema. Nunca li na bíblia que em momento algum os profetas, os apóstolos e o próprio Senhor Jesus Cristo tenham dado margem nos ensinando a que usássemos de artifícios mundanos para atrair pessoas à sua casa de oração. Cristo é suficiente, mas o que vemos hoje nega a suficiência da palavra. Disse o Senhor: “A minha casa será chamada casa de oração” e não casa de show.

    Crentes inovacionistas têm se levantado contra os poucos pastores que ainda são fiéis aos sãos princípios da Palavra e, sem nenhum respeito para com esses ministros, detratam-lhes, tentam expulsá-los da igreja, e alguns têm conseguido, assumindo o lugar que nunca lhes foi dado, nem mesmo permitido pela Palavra.

    Antes, ser um cristão significava ter a cabeça a prêmio, hoje é moda. Os fiéis ao Senhor que não querem e não podem amoldar-se a esse mundo, segundo o ensino do apóstolo Paulo, “são rechaçados, perseguidos, ultrajados, e odiados como se fossem inimigos” Romanos 12:1.

    Hoje, os verdadeiros servos de Deus estão sendo mais respeitados pelos de fora da igreja do que pelos de dentro dela. Disse o apóstolo Paulo escrevendo aos Gálatas: “Fiz-me acaso vosso inimigo dizendo a verdade? Eu bem quisera agora estar presente e mudar a minha voz porque estou perplexo a vosso respeito” Gálatas 4:16-20.

Pr. José Vasconcelos

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