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06 julho 2012

Não Dê Ouvidos a Gesém


"...na qual estava escrito: Entre as gentes se ouviu e Gesém diz que tu e os judeus intentais revoltar-vos, pelo que edificais o muro; e que tu te farás rei deles segundo estas palavras..."
Neemias 6.6


    É surpreendente que muitas pessoas adquirem fama simplesmente por fazerem circular rumores infundados. Os inimigos dos judeus enviaram uma carta a Neemias, na qual estava escrito: foi noticiado entre os judeus e Gesém o diz: “que tu e os judeus intentais revoltar-vos, por cuja causa tu edificas o muro, para que venhas a tornar-te rei deles, conforme estas palavras” 

    O que aprendemos desse fato histórico? Aprendemos que os edificadores de Deus devem sempre esperar que os seus propósitos sejam atacados. Cada homem que Deus usou para edificar qualquer parcela dos muros de Jerusalém foi acusado de egoísmo e do desejo de enaltecimento próprio. Pode ter recebido de Deus o mais glorioso mandato para realizar o trabalho em que está empenhando; e pode ser corroborado na sua convicção do dever, como o foi Neemias, mas tudo isso de nada valerá para reduzir ao silêncio as críticas  de  Sambalá  e  Gesém,  o arábio.

    Os edificadores de Deus tem sempre de sofrer  a língua dos caluniadores e maldizentes. Temos pensado às vezes, que é artimanha do demônio tentar os filhos de Deus e gastarem o seu tempo na  refutação das calúnias por ele forjadas.

    Neemias foi informado de que certas coisas foram ditas acerca dele. Assim as línguas afiadas se esforçam por ferir no coração os sinceros filhos de Deus. Diz-se  “toda a gente acredita”   “é opinião geral”.  Desta maneira, uma atmosfera e uma atitude de desconfiança são criadas.  E geralmente logo aparece alguém que, com sua autoridade pessoal, dá  personalidade àquilo que  foi noticiado e imprime velocidade aos boatos postos a circular – Gesém o diz.

    Não sabemos quem era esse Gesém. O que podemos observar é que ele não serviu a nenhum propósito útil neste mundo, exceto, acreditar as calúnias do inimigo e passar o boato para a frente.

    Gesém tem feito naufragar muitas igrejas e indivíduos. Nada é tão perigoso para a tranquilidade de qualquer igreja como uma ou mais línguas iníquas. Coisas pequenas, bagatelas, são aumentadas e confirmadas por Gesém. Muitos têm sofrido por causa dos vários Gesém. São pessoas de nenhum peso ou influência no círculo onde são conhecidas, mas que são importantes mensageiros de boatos e calúnias.

    Elas dizem: eu não conheço o fato por mim mesmo, não me acho dentro da questão, mas se o senhor fulano diz isso, então pode está certo de alguma coisa há.

    Quem são os Gesém do seu prédio, da sua rua ou da sua igreja? Eles estão em todos os lugares, principalmente nas igrejas.

    O que fazer com eles? Visto que tem andado a muito tempo a falar,  é  talvez inútil esperar que ele agora se cale. O que fazer então?
    A melhor coisa, a melhor de todas as réplicas é:  “assim diz o Senhor” que o crente seja guiado por uma Palavra do Senhor, sustentado dirigido e iluminado por uma Palavra do Senhor, e por essa mesma Palavra se tornará invencível.
    Você está empenhado numa grande obra para o Senhor não mesmo? Deus está vendo o teu trabalho, a tua dedicação, mas os Gesém se opõe a ti, zombam, criticam e saem boatando de ti. Não desanime meu irmão, prossegue com o teu trabalho até que todas as brechas nos muros sejam tapadas e a santa cidade se torne de novo a cidade do rei.

    O que nos importa não é o que Gesém diz, mas o que o Senhor Jesus Cristo nos diz  “servo bom e fiel sobre o pouco foste fiel sobre o muito te colocarei”


Pr. José Vasconcelos

28 junho 2012

Ninguém Tem mais Tempo do que Você

     

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus "
Efésio 5. 15-16


 A Questão  de  tempo é muito  mal entendida pela maioria absoluta das pessoas.    Entre os cristão genuínos, o  tema não  é diferente. Em todas as atividades que a vida requer  de nós, enfrentamos o problema de como administrar o tempo que temos. Algo, porém, é muito interessante quanto ao sentir falta de tempo; geralmente temos tempo para realizar tudo o que gostamos ou sentimos prazer. Não querendo generalizar, mas sendo franco, a desculpa  “não tenho tempo” não está ligada às atividades da vida nas quais sentimos mais prazer e alegria, mas sim às nossas obrigações menos prazerosas.

Quanto às nossas obrigações espirituais, verificamos com freqüência a mesma desculpa sendo oferecida como se fosse a plena e total realidade dos fatos:  Momento devocional diário, oração e leitura da Bíblia:Não consigo! Reunião de oração semanal, nem pensar! Culto no meio da semana: impossível! Qualquer atividade extra fora dos horários normais aos domingo: fora de questão!Lendo o livro “Como aproveitar ao máximo o seu tempo e potencial”, encontrei uma pesquisa interessante a respeito de ter tempo. “Cada pessoa tem direito a: 1.440 minutos por dia e 168 horas por semana. Todos temos em cada dia, a mesma quantidade de tempo que os demais. Eis o pecado: ninguém tem tempo suficiente, mas cada um tem todo tempo que existe”.

O próprio Senhor Jesus, não pediu mais tempo para o Pai por não ter conseguido realizar sua obra. Viveu um breve período de trinta a trinta e três anos. Moisés pede a Deus para aprender a contar os seus dias (talvez horas, minutos) para alcançar um coração sábio.

Paulo diz que devemos remir o tempo porque os dias são maus.
“Cada um de nós deve pensar no tempo como sendo a matéria-prima de que é feita a vida. Cada dia nos trás a oportunidade de nos transformamos em algo melhor do que éramos no início dele”.
Temos a oportunidade de nos tornarmos mais parecidos com Cristo ou menos parecidos com Ele, a cada dia.

Pedro diz que devemos ”crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.  2Pe. 3:18.

Este crescimento tem lugar dentro de um período de tempo, dentro da vida. Não perca esta única oportunidade! A ordem de Jesus, quanto a nossa missão, foi clara: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura! Mt. 28:19.

Portanto deixar de usar o nosso tempo com sabedoria é pecado, é negligência, é perda de tempo!
Temos todo tempo que precisamos!

Usemo-lo,  portanto,  para   melhores  atividades:
1. atividades espirituais   
    (devocionais e ministeriais),
2. atividades sociais
     (relacionamentos),
3. atividades físicas (saúde),
4. atividades profissionais            
    (trabalho), 
5. atividades de lazer (descanso). 

Que Deus nos ajude a administrar o nosso tempo.

Pr. José Vasconcelos


20 junho 2012

O Desgosto de Jonas



“Mas desgostou-se Jonas extremamente disso, e ficou todo ressentido”. Jonas 4: 1.

O texto lido nos fala do grande desagrado do profeta Jonas. Por que estava ele tão furioso? Porque Deus, em sua opinião, era misericordioso demais.

Deus tinha resolvido poupar Nínive, e Jonas, como patriota, além de profeta, julgou que o ter-se perdoado e poupado Nínive resultaria mais tarde na destruição do reino de Israel. E assim, de fato, aconteceu.

Deus tem se mostrado misericordioso em muitas ocasiões. Ele é rico em misericórdia. Em misericórdia enviou seu filho para sofrer em nosso lugar. Em misericórdia Ele nos tomou, mortos como estávamos, e nos fez viver. No futuro haverá uma nova manifestação de misericórdia abundante e imerecida. O Salvador virá pessoalmente para arrebatar o seu povo deste mundo, onde a morte reina para a terra da vida, nós que o amamos e estamos “esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna” (Judas 1: 21).
Não merecemos tão glorioso arrebatamento. Muitas vezes temos sido frios e infiéis. O nosso zelo tem se afrouxado e nos temos esquecido de orar e vigiar.
Contudo, a grande misericórdia do nosso Senhor ser-nos-á manifestada e Ele descerá do céu para nos arrebatar deste mundo de pecado e morte e levar-nos para sempre junto dele mesmo, onde tudo é vida, gozo e glória. Ele disse: “Virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também”.

Hoje em dia encontramos muitos que, à semelhança de Jonas, ficam furiosos ao ouvirem tais coisas. Não admitem que um homem, por mais devasso e pecador que seja, possa ser salvo. E as palavras de desdém e escárnio se fazem ouvir: “Fulano aprontou, aprontou e agora diz que está salvo, que vai para o céu; eu sei qual o céu para onde ele vai, o céu da boca”.

Sim, o fato de um homem, perdido em seus pecados, ser atingido pela misericórdia de Deus, salvando-o do inferno e transportando-o para o reino da maravilhosa luz, tem desagradado a muita gente. Pergunto: Você é daqueles que se alegram quando um pecador se arrepende e volta-se para o Senhor, ou é um daqueles que, à semelhança de Jonas, fica aborrecido quando alguém é salvo pelo Senhor, recebendo dele a vida eterna?
Quero lhes dizer que, apesar do desagrado de Jonas, Deus mostrou misericórdia aos ninivitas. Que, apesar do seu ódio, da sua amargura, do seu descaso contra Deus e contra o povo de Deus, a misericórdia prometida pelo Senhor e pela qual esperamos confiadamente, com toda a certeza nos será manifestada. O nosso Salvador disse: “Virei outra vez e vos levarei para mim mesmo”. A sua promessa não falhará.

Em certa ocasião o Senhor disse: “Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Mateus 13: 40-43. Jesus virá outra vez. Quer você creia, quer não. Quer você goste, ou não. Ele virá. Nem todos os Jonas furiosos deste mundo poderão evitar essa realização. A vinda de Cristo é um fato, é uma realidade. E uma realidade é uma coisa que não se torna mais ou menos verdadeira porque acreditam ou recusem acreditar nela.

Prepara-te! Arrepende-te dessa vã maneira de viver e de ver as coisas. Crê no Senhor Jesus, busca a sua Palavra, entrega a tua vida ao Senhor e espera, porque Ele vem te buscar.

“Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus”.


Pr. José Vasconcelos


13 junho 2012

O Mundo Continua Amando o que é Seu

“ Se vós fósseis do mundo, o  mundo  amaria  o  que  era  seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece”  João 15: 19

    Terça-feira a noite, depois do culto de doutrina, dirigi-me ao ponto de ônibus como costumeiramente faço, hora de voltar para casa.
Enquanto esperava o coletivo, um senhor de meia idade falava irritado para os que estavam à sua volta. Estava irado contra os crentes, dizia: “é um absurdo esses crentes darem seu dinheiro para a igreja, muitos deles não tem onde morar vivem na miséria, mas contribuem para a reforma da igreja, construção de templos, isso é inadmissível”.
    Até o ônibus chegar, ouvi impropérios, palavras ofensivas, inverídicas, mescladas de ódio contra os servos do Senhor Jesus Cristo, só porque contribuem financeiramente com suas igrejas.
    Não muito depois desse fato o Recife entrou no clima de carnaval. Nesse período vi algumas coisas que me fizeram lembrar daquele homem inconformado com as ofertas dos remidos do Senhor.
    Neste ano a Prefeitura de Olinda liberou sete milhões de reais para o carnaval. A do Recife vinte e nove milhões. Destes, quatro milhões foram liberados para o “Galo da Madrugada” que a cada ano está ficando mais descaracterizado.
    Pergunto: você ouviu alguma  crítica de  alguém inconformado porque tão alta quantia foi destinada ao maior bloco carnavalesco do mundo que já entrou para o livro dos records?
    Você viu alguém revoltado acerca   desse   dinheiro   jogado fora que contribuiu para a promiscuidade e degradação no seu mais alto nível?
    Você percebeu a devoção que essa imagem do galo, erguida em pleno centro da cidade do Recife, recebe? Todos querem vê-lo, fotografá-lo, tornou-se um deus. Arrebanha milhares de pessoas à sua volta num culto regado a muito álcool. Este ano arrastou um milhão e meio de devotos. O seu hino oficial foi uma composição de Almir Rusch que dizia: “galo eu te amo, sem você não sei viver”.  Eliana Victório, uma jornalista da S.B.T declarou: “o galo até parece uma religião, os que vão ao galo é como uma profissão de fé”
    Você ouviu algum folião reclamar porque estava pulando ao meio dia no asfalto escaldante, temperatura de quase quarenta graus? Mas esse mesmo folião não mede palavras para criticar o irmãozinho que sai para evangelizar nesse mesmo horário chamando-o de otário idiota.
    Você ouviu alguma crítica aos nomes mais degradantes que são dados a certos blocos, cheios de insinuações maldosas num desrespeito sem limites à moral e aos bons costumes?
    Uma apresentadora da TV disse: “são nomes sugestivos, é uma esculhambação, mas com respeito” Foi isso que você viu?
    Eu não poderia deixar de mencionar que muitos participantes desses blocos são pobres. Passam o ano trabalhando juntando, pedindo dinheiro para a confecção da fantasia, mas você não ouve ninguém criticando essa gente carente que destina parte do seu salário, do seu dinheiro minguado, para gastar na folia. Mas se um desses se converte e canaliza o dinheiro que dava antes a satanás para a obra do Senhor receberão as críticas impiedosas dos filhos do maligno.
    O Salmista já retratava esse tipo de gente quando escreveu: “O justo é liberal, dá aos necessitados... o ímpio verá isto e se enraivecerá rangerá os dentes” Salmos 112: 9-10
Você viu alguém irritado porque vários blocos desfilaram em plena segunda-feira antes do carnaval, e demais dias da semana, com caboclinhas pulando seminuas em plena luz do dia nas ruas mais movimentadas da nossa cidade? Dos homossexuais com roupas escandalosas e trejeitos mais escandalosos ainda recebendo os aplausos dos que estavam em pé na frente das lojas sem movimento?
    Você viu algum protesto por causa do caos que se tornou a cidade com a mudança do trânsito? Mas é provável que alguns se sentiram incomodados porque um crente realizou um culto em frente à sua casa. Porque tiveram que esperar alguns segundos na rua enquanto o irmãozinho saia do estacionamento da igreja.
    Você viu algum enfeite de carnaval depredado, pixado, rasgado, lançado ao chão?  Com certeza, não.
    Mas você viu na quarta-feira os ônibus depredados, nosso meio de transporte. Foram 491 ônibus atingidos, R$ 87.000,00 serão os gastos para reparar esse prejuízo. Isso equivale a quarenta e sete mil passagens de R$ 1,85, valor que será repassado para a tarifa conforme informação de um funcionário do setor de transportes.
O revoltado do ponto de ônibus, lembra dele? Que criticava o irmão que dá sua oferta na igreja, vai pagar esses quarenta e sete mil reais junto com todos que são usuários desses coletivos.
    Aconteceram 645 crimes no Recife e região metropolitana. Desses, 77 mortes.
Bem, para não parecer que sou tão pessimista assim, quero terminar com uma boa notícia. As autoridades consideraram esses números como um saldo positivo  pois, segundo eles, no ano passado foi pior.

Pr. José Vasconcelos

28 de Fevereiro de 2010

07 junho 2012

Levando a sério a vida cristã

“Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte”.
I Pedro 4: 15-16.
Às vezes se ouve dizer: "Se fulano é cristão, Deus me livre do cristianismo". Evidentemente, tal argumento não passa de uma infantilidade, é antes uma desculpa para viver sem Deus. Seria a mesma coisa que eu dizer: Houve um derrame de notas falsas de cinquenta reais. Outro dia eu vi uma delas, nunca mais quero possuir uma nota de cinquenta. Não é absurdo e ilógico pensar assim? Da mesma forma é absurdo e ilógico alguém dizer que não será um crente no Senhor Jesus Cristo só porque alguém que se diz discípulo de Cristo não vive como tal.
Todos nós sabemos que há muitos crentes que envergonham o evangelho. Ficamos tristes com os que assim procedem, é uma terrível desonra ao nome de Cristo. Cumpre a cada um de nós não procedermos assim. Precisamos ter cuidado para evitar que, com justiça, isto se possa dizer de nós. Vivamos com mais cuidado, fazendo um exame de consciência. Dedicar à nossa maneira de viver o mais meticuloso cuidado afim de que em nada possamos ofender "irmãos fracos" ou afastar qualquer pessoa de Cristo.
O salmista Davi orou "Vê se há em mim algum caminho mau". O certo é que muitas das pessoas com quem temos contato só sabem de Cristo o que vêem de nós. Talvez não se dêem ao incômodo de ler a Bíblia, mas procuram vê-la em nós e, provavelmente, com mais atenção do que imaginamos.
Ao que parece, Davi compreendia isto. Ele rogou a Deus: "Guia-me pela vereda direita, por causa dos que me andam espiando". Salmo 27: 11.
É da máxima importância e deve ser nossa preocupação constante que em nós se veja um verdadeiro reflexo, um verdadeiro retrato de Cristo, e não uma caricatura.
Isto não é fácil de se atingir, requer muito cuidado, e só assim se conseguirá. O apóstolo Paulo disse: "Por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens". Atos 24: 16. O apóstolo Pedro disse: "Pelo que amados... procurai que dele sejais achados imaculados, irrepreensíveis em paz". I Pedro 3: 14.
É difícil? É. Nem se pode conseguir por meio de nossos esforços; porém, pela graça de Deus e pelo seu poder consegue-se o impossível. O que a nós nos compete é nos dedicarmos a isto com mais desejo.
Todos nós estamos sujeitos a sermos censurados. Mas, se falam mal de nós, que não seja por faltarem em nós qualidades verdadeiramente cristãs, ou por mau procedimento nosso. O apóstolo Pedro reconhecia o perigo de assim acontecer quando preveniu os cristãos "se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem aventurados sois... mas que nenhum de vós padeça como mal feitor ou como o que se entremete em negócios alheios".
Importa que as nossas vidas possam suportar o exame da parte de Deus e dos homens e, para que assim seja, é essencial que Cristo habite em nós.
Uma consciência pura e sem ofensa para com Deus. Pensamentos limpos, propósitos santos. Os homens podem ver os resultados manifestos, porém Deus esquadrinha o coração e pode discernir os pensamentos e intenções. Hebreus 4: 12.
"Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem havemos de tratar". Hebreus 4: 13. O salmista disse: "Senhor, Tu me sondaste e me conheces... de longe entendes o meu pensamento". Salmo 139: 1,2.
O apóstolo Paulo também exorta os filipenses a serem"sem escândalo algum" (Filipenses 1: 10), o que parece corresponder a uma consciência sem ofensa para com os homens. Também, quanto a isso, ele avisa os cristãos escrevendo aos tessalonissenses "abstende-vos de toda a aparência do mal" (I Tessalonissenses 5: 2).
Que Deus nos ajude, a todos nós que proferimos o nome de Cristo, a tratarmos a sério esses assuntos até a vinda de Cristo. Que Deus nos ajude a viver de acordo com a sua Palavra. É difícil? É, mas com a sua graça e o seu poder conseguiremos.
Pr. José Vasconcelos

02 junho 2012

Um Homem Que Andou com Deus


“E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Metuselá, trezentos anos; e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos. E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou”. Gênesis 5: 22-24.
Você conhece aquele provérbio que diz “Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és?” Com quem você tem andado ultimamente? Só, mal acompanhado? A Bíblia diz que “as más companhias corrompem os bons costumes”.

Realmente, jovens têm se corrompido por causa das más companhias. Mulheres casadas têm destruído o lar por causa das más companhias, alguns homens também.
O texto nos fala de um homem que andou com Deus. Qual foi o resultado desse andar? Antes de respondermos à pergunta queremos dar algumas informações sobre Enoque
Foi o sétimo depois de Adão. Seu nome significa “oferenda, consagração”. Enoque era um homem consagrado a Deus numa época de impiedade.

O que é um homem consagrado a Deus? É alguém que vive continuamente no âmbito da vontade de Deus. Três coisas observaremos na pessoa de Enoque.

Em primeiro lugar a sua . Em Hebreus 11: 05 lemos: “Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte”. Enoque foi arrebatado por causa da sua fé em Deus. A Bíblia fala do arrebatamento da Igreja e somente chegaremos ao arrebatamento pela fé.

Em segundo lugar o seu testemunho. Qual era o testemunho de Enoque? “Eis que é vindo o Senhor com milhares dos seus santos”. Judas 1: 14.

Quem crê em Deus e anda com Ele vê as intenções futuras de Deus. Ele tem que anunciar a vinda do Senhor. Esta era a preocupação da Igreja Primitiva. O apóstolo Paulo testemunhou: “Porquanto Deus tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos”. Atos 17: 31.

Ouçamos o testemunho do apóstolo Pedro. “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão”. II Pedro 3: 10.

Assim termina o Apocalipse: “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho, Amém. Ora vem, Senhor Jesus”. Apocalipse 22: 20.

E em terceiro lugar queremos tratar do andar de Enoque com Deus. Enoque andou com Deus em tempos difíceis. O livro do Gênesis, capítulo 6, versículos 5 e 11, nos dá um panorama daquela época. “... a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e a imaginação era má continuamente”. “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência”.

O nosso tempo é igual. Apesar de tudo, Enoque andava com Deus. Ele discernia bem as coisas. Como é o andar com Deus?
Em primeiro lugar é manter um constante diálogo com o Senhor. Em
Filipenses 3: 20 nós lemos: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”. Em I Pedro 1: 15,16: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto escrito está: sede santos, porque eu sou santo”. Como posso manter esse diálogo com Deus? Leitura da Bíblia e Oração.

Em segundo lugar, acompanhar os passos de Deus de maneira santificada. Como se deve andar com o Senhor Jesus? Do modo como está escrito em I João 2: 6: “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou”. Isto é, nem muito rápido, nem muito devagar. Para se andar “com alguém” tem que se andar ao lado dele. Crentes cansados são aqueles que correram adiante do Senhor, fazendo os mais variados planos sem esperarem a resposta de Deus. Outros, no entanto, ficam para trás. Andam muito devagar, são indolentes, são os chamados bebês espirituais.

Em terceiro lugar, andar com Deus é descansar em Deus. Há pessoas muito ocupadas, “não têm tempo”, gastam suas energias, vivem só para si. Não gastam os minutos diários para estarem a sós com Deus.

Através do seu andar perseverante com Deus, Enoque o conheceu melhor, cada vez melhor. Andou com Deus trezentos anos. Quantos há que não passam um ano no evangelho.

Andar com Deus é tê-lo sempre presente e estarmos sempre presentes a Ele. É acomodar-se à sua vontade, conformar-se com os seus desígnios. É ter a sua Palavra como norma e a sua glória como objetivo. “Como, pois, recebestes o Senhor Jesus, assim também andai nele”.

Pr. José Vasconcelos


23 maio 2012

Não Desperdice Sua Mocidade


E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: bom mestre, que hei de fazer para conseguir a vida eterna?”  Mateus 19:16
Jesus   havia  abençoado as crianças e se dispunha a partir. Estava com pressa de chegar a Jerusalém. Muitos quilômetros se estendiam à sua frente, na estrada que o levava à cidade Santa.    Imediatamente  espalhou-se pela Aldeia, onde Jesus descansara, a notícia da sua partida.  Mas eis que Ele já vai, está a frente dos apóstolos. Os discípulos o seguem, conversam e caminham.
De repente chega um jovem. Mestre, Mestre, Jesus pára. Que há? O jovem toma fôlego e depois com olhar inquiridor, fundo como de águia que espia o infinito fala: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”
Quantas vezes  o  Senhor respondeu aquelas mesmas perguntas, mas agora é um jovem cheio de vida, rico, forte, que pergunta.
O Senhor vai responder. Mas, primeiro lhe diz para não o chamar de bom, que só Deus é bom. Depois enumera-lhe os mandamentos. Conhece-os? Sim, conhece-os. O jovem os tem  guardado desde a sua mais tenra idade. Mas isso não lhe abasta, quer mais. Alguma coisa que seja heroica, que seja grande, que demande força. Os jovens são assim, como Alexandre, quando jovem queria um cavalo, depois um mundo para conquistar. “Mestre que me falta?” Jesus fica emocionado e sente uma grande simpatia por aquele rapaz, tão cheio de oportunidades. E respondeu: “uma coisa te falta, vai, vende tudo quanto tens e dá-os aos pobres e terás um tesouro nos céus; e vem, segue-me”. O que aconteceu ao moço? Empalidece, abaixa a cabeça e volta pelo mesmo caminho donde veio. Os discípulos estão observando tudo e declaram: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas”. E Jesus torna a falar: filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus”.
Quais as riquezas que a mocidade tem em suas mãos? Mesmo que não possua bens materiais, os jovens possuem um corpo forte, uma inteligência dinâmica, um espírito ativo, uma estrada ainda longa. Quanta riqueza.  Senhor disse, vai, vende tudo quanto tens e segue-me”.  O Senhor quer que ponhamos tudo à sua disposição, tudo. Corpo, inteligência, espírito e muito mais. E a história desse jovem rico se repete. Por que se repete? Porque fomos  ensinados  desde  a meninice que a vida consiste na abundância dos bens que possuímos.
Ao passo que Jesus ensina que a vida consiste na abundância das coisas que damos, que oferecemos, que distribuímos. A nossa educação tem sido falha e continua a ser. Se não entregamos os nossos bens a Jesus a quem os entregamos? Ao mundo. O que você tem ou dá para Deus, ou dá para o diabo, com você é que não ficará. Um dia, encontrar-nos-emos com a vida no fim. Encostados por doenças, talvez num hospital, sendo muito bem cuidado, mas a vida por um fio. Tantos bens, tanta riqueza, para que? Por isto acho muito oportuno, lembrarmos das palavras do sábio Salomão: Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade, antes que vem os maus dias e cheguem os anos dos quais venha a dizer: não tenho neles contentamento”. A velhice é uma realidade. Muitos chegarão a ela com amargor, com decepção. É na velhice que se entende que tudo é vaidade.  Por isto a exortação Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade”. Se aquele jovem rico da história dos evangelhos tivesse seguido a Jesus, que teria sido dele? Que aconteceu aos que tinham sido pescadores e seguiram ao Mestre? Aqueles que deixaram os seus bens para seguirem a Jesus, ganharam muito mais nesta vida e a promessa da vida eterna.
Quando o homem volta às suas costas para Jesus, ele aumenta a miséria da sociedade,  perde a sua alma e atrapalha os outros.
Pr. José Vasconcelos

          

15 maio 2012

O Preço do Amor


Mas Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados   Isaías 53:5

Nós não somos a pessoa que deveríamos ser e isso nos causa desconforto.  Profundo desconforto. Vivemos numa contradição, mais do que numa coerência. O que exigimos dos outros nem sempre estamos dispostos a dar-lhes.

Estamos sempre culpando os outros. Por que? Pelo fato de acharmos que eles estão errados e nós certos. Eles estão sempre errados e nós estamos sempre certos. O senso do certo e do errado está bem presente em cada um.

Há algo por trás disso e por certo é a nossa consciência culpada que nos leva a uma perturbação.


Podemos até ignorar esses sentimentos  nos   escondendo na desculpa de que  a sociedade nos condicionou a isso, de que a nossa cultura arbitrou o conceito de certo e errado ou quem sabe, nossos pais são os culpados, pois impuseram em nós, quando ainda crianças, as neuroses que carregamos.

Estamos sempre discutindo, sempre ofendendo. Diante dessa maneira de ser, deveríamos perguntar: Por que sou tão impetuoso, no desejo de estar sempre certo?

Em alguns casos a resposta é; a pessoa precisa se sentir mais segura e essa insegurança o leva a achar que está sempre certo.

Todo nosso procedimento tem uma razão que o motivou,  existe uma razão porque transferimos nossa culpa, existe uma razão porque os nossos problemas são sempre culpa de alguém, existe uma razão porque os pais culpam os filhos, as esposas os maridos e assim por diante.

A razão é que nós não podemos suportar nossas próprias culpas e queremos que os outros a suportem no nosso lugar.

A nossa culpa é intolerável, insuportável. Quanta coisa na nossa vida que gostaríamos nunca tivesse acontecido, mas não podemos mudar o que aconteceu.

Quando examinamos as coisas do passado sofremos. Se ao menos eu pudesse trocar minha memória, mas não podemos.

Aí precisamos nos medicar. Como? Com trabalho, realizações, distrações mas isto não produz o efeito que precisamos. Então recorremos a uma medicação mais forte, transferir a culpa para os outros.

Aí criamos outro problema, não resolvemos o nosso e acrescentamos mais esse.
Todos nós entendemos isso.

Alguém já disse que: “Somos todos prisioneiros de consequências que não estávamos pretendendo, mas que realmente colocamos em movimento”.

Nós fazemos a engrenagem girar, damos velocidade a ela mesmo sabendo que talvez os freios não funcionem e se funcionarem vai ser uma parada tão brusca que acidentará os envolvidos nela.

Mas, louvado seja o Senhor porque nele temos a solução para as nossas mazelas. Existe uma saída e ela está em Cristo Jesus. Deus justificou a homens pecadores como eu e você através da obra de Cristo consumada na cruz. Nele o Senhor lançou nossas culpas, sobre si mesmo e nos fez agradáveis ao Pai.

Isaías 53 nos mostra o preço do amor que Cristo tinha que pagar para nos devolver a vida.
Pr. José Vasconselos

08 maio 2012

Estende a Tua Mão


“E aconteceu também, noutro sábado que entrou na sinagoga e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada”
“E,  olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E assim ele o fez, e a mão lhe foi restituída, sã como a outra”.    Lucas 6: 6 e 10

A Passagem trata de um homem que tinha a mão direita mirrada, ou seja, seca, ressequida. Não era a mão esquerda e sim a direita.
Que lição, no sentido espiritual, podemos tirar desse fato? No Salmo 18: 35 nós lemos ”Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me susteve...”.  Salmo 118:16 “A destra (a mão direita) do Senhor se exalta , a destra do Senhor faz proezas” e, ainda, no Salmo 60:5 “Para que os teus amados sejam livres, salva-nos com tua destra e ouve-nos”.
Vemos assim que a mão direita fala do Poder do Senhor. Assim também na nossa vida.
A maior parte de nós faz mais com a mão direita do que com a esquerda.
Temos mais poder na mão   direita, mais força  e  mais  facilidade em fazer quase tudo.
Faltando-nos a mão direita, ficamos incapacitados, privados de fazer muitas coisas, enfim foi-se nossa força principal.
Assim era com este homem, tinha a mão direita mirrada, inútil. Fazia qualquer coisa, mas não fazia tudo quanto queria nem tudo quanto devia fazer se tivesse as duas mãos.
Apliquemos isto às nossas vidas: Há muitos, espiritualmente falando,  que estão com suas mãos direitas mirradas.

Estaremos aceitando tal estado como normal  para o crente?

O Senhor não nos quer aleijados, mas, robustos e no pleno uso de todos os nossos membros espirituais. A mão direita está pendida, inútil, ressecada.  O que é que a inutiliza?

Determinado vício, pode fazer com que você esteja aleijado na igreja. O gosto pelas críticas, a procura por alguma novidade indevida, as críticas, a discórdia tão comuns entre alguns são como um membro aleijado inútil como a mão ressequida. Estaremos nós aceitando tal estado como normal?

Em Gálatas 2:9 o apóstolo fala da mão direita de comunhão, “Deram-nos a destra de comunhão”.

No mundo de hoje, o aperto de mão é o símbolo dessa comunhão ou amizade.  Se este homem, o da passagem lida, vivesse nos nossos dias, estaria incapacitado de estender a mão direita para mostrar a sua comunhão. De todos os impedimentos e de todas as incapacidades da igreja de Cristo, hoje em dia talvez esta seja a maior.

Quantos e quantos há que são incapazes de estender essa mão direita da comunhão. Oh! Irmãos quão triste é para nós vermos que nem todos têm essa boa disposição de nos estender a mão direita e muitas vezes nós também não a estamos estendendo.

Sim, a comunhão entre os irmãos é de vital importância para o crescimento da igreja.  No evangelho de João cap. 17 está registrado a oração sacerdotal do Senhor Jesus Cristo.  E Ele ora pelo menos quatro vezes pedindo ao Pai que nós sejamos um. “Que Eles sejam um”, como tu o Pai, o és em mim e eu em Ti”.

Como está a tua mão direita da comunhão? Ela está sã ou mirrada?

Em Isaías o Senhor fala da mão direita de direção. “Eu o Senhor teu Deus te tomo pela mão direita”.

Adão, antes de pecar, era guiado por Deus. Enoque era guiado por Deus.  Os servos do Senhor sempre foram dependentes do Senhor, guiados pelo Senhor.

Mas, quantos desastres tem havido na vida de muitos por causa da independência. Tiram a sua mão da mão de Deus, resultado, a mão fica-lhes mirrada. Querem dirigir-se a si próprios, tornam-se inúteis.
 
O homem que quer viver independente de Deus, vive sem forças, incapaz de comunhão, e com falta de direção.

Mas, louvado seja o Senhor porque Ele pode restituir essa mão mirrada, inútil, a cada um que sofre desse aleijão. Ele disse àquele homem, “Estende a tua mão”.  Era essa justamente a coisa que ele não era capaz de fazer, estender a mão. E é essa justamente a coisa que muitos não são capazes de fazer; estendê-la.

A sua mão está encolhida, imprestável, morta, mas o Senhor está a dizer, estende a tua mão.

O homem mostrou fé, fez o esforço e o Senhor agiu. A mão ficou sã como a outra.

Que ouçamos a voz do Senhor que nos diz, “Estende a tua mão” e obedeçamos pela fé para recebermos o poder de  sermos o que Ele quer que sejamos. De vivermos em perfeita comunhão com todo o povo de Deus e de sermos guiados em toda a sua vontade.

 Pr. José Vasconcelos





02 maio 2012

Plano de Fulga


A palavra branda desvia o furor, mas, a dura suscita a ira

Provérbios.  15:1

  

Resolvi fugir de casa, não havia motivos para isso, mas resolvi. Meus pais me tratavam bem, eu era o menino mais privilegiado da vizinhança. Mas bateu aquela vontade de ir embora, conhecer novos lugares, aventurar-me por esse mundo afora.
Logo, surgiu a oportunidade de concretizar esse intento. À margem da estrada que nos conduzia a cidade, morava um casal de velhos. Quando anoitecia os dois sentavam-se na calçada da casa e ali ficavam até que o sono os convidasse a entrar.
Todas as vezes que eu passava ali, dava uma paradinha, conversava um pouco com eles, tornou-se um hábito da minha parte. Uma noite disseram-me que fariam uma viagem ao Recife. Iriam visitar uns parentes que moravam lá. Eu também tinha um tio que morava naquela capital, não pensei duas vezes;
perguntei-lhes:
_ Vocês podem me levar junto?
Claro, meu filho, foi a resposta. Fale com seus pais.
Mas isto não estava nos meus planos, jamais eu teria a permissão deles, precisava fazer isso às escondidas, quando sentissem a minha falta já estaria longe. Mesmo assim comuniquei o fato a minha mãe, seria injusto deixá-la assim. Ela me deu o silêncio como resposta.
Na verdade, eu não queria fugir dela, nem mesmo do meu pai.
É que alguns primos já haviam
feito isso antes e quando voltavam de férias vinham diferentes. Roupas bonitas, óculos escuros da armação larga e, cinturão de fivela grande. Iam a feira e lá encostavam-se nos bancos de madeira com os dedos polegares dentro das riatas da calça, nessa posição paqueravam as mocinhas que encabuladas riam e escondiam o rosto.
Alguns traziam radiola da marca philips e alguns discos da velha guarda, era uma festa, a casa ficava cheia. De longe se ouvia os sucessos de Nilton César e Silvinho, “A namorada que sonhei”, Tu és o maior amor da minha vida”, como eu os invejava! Precisava ir para a cidade grande.
A viagem seria na madrugada do domingo, disse-me o senhor João Marques e dona Emília. Que eu estivesse em sua casa às três horas da manhã. No sábado que antecede este dia, selei meu cavalo e fui à casa de um amigo pedir uma mala emprestada. Ele não só me emprestou como me incentivou nesse intento e, desejou-me boa sorte.
Comecei a arrumação da mala, separei as roupas que estavam menos desbotadas. A única coisa nova que botei nela foi um par de alpercatas marrom, já fazia algum tempo que meu pai me dera aquele calçado mas, eu tinha pena de estragá-lo nas pedras do caminho. Agora iria usá-lo na cidade grande, nas ruas mais lisas do que o piso da minha casa.
Minha mãe observava tudo sem dar uma palavra. Eu estava muito à vontade, era sábado e todos os sábados meu pai trabalhava numa mercearia, chegando só a noitinha.
Quando o sol se escondeu no horizonte, prenunciando a chegada da noite, fui me esconder numa touceira de aveloz (arbusto leitoso) que ficava atrás de casa. Logo, meu pai iria chegar do trabalho e eu queria evitá-lo. De onde estava podia ver, sem ser visto todos os movimentos dentro de casa pela porta da cozinha que se encontrava aberta. Meu pai chegou. Vi quando minha mãe dirigiu-se a ele e disse-lhe alguma coisa que entendi muito bem o que era. Após ouvi-la, dirigiu-se à porta e olhando na direção aonde eu estava me chamou:
_Velto.
Estremeci; pensei em não responder, mas o seu chamado era irresistível, timidamente respondi:
_Senhor.
A voz de comando se fez ouvir:
_Venha cá.
Eu sabia o que me esperava, seria mais uma surra daquelas, talvez a maior das que eu já tinha levado. Não tremi como das outras vezes que era chamado para apanhar. No íntimo, eu estava desejando ser surrado; o ardor das chicotadas me levaria mais depressa ao meu objetivo. Ele não sabia que a mala estava escondida no meio do mato, eu tinha pensado em tudo. Dessa vez eu não choraria, seria a última surra, depois era só a liberdade. Ao entrar em casa, chamou-me para o seu quarto, sentou-se na cama e disse para eu também me sentar. A penumbra envolvia o ambiente. A única luz que havia era a de um candeeiro que estava na casa, não lembro de ter visto minha mãe. Teria ela se afastado para não ver o que iria acontecer comigo?
Meu pai falou brandamente:
_Meu filho, sua mãe me disse que você quer ir embora. Tomei um susto, não com aquelas palavras, mas com a maneira como ele falou. Não era comum meu pai tratar de um problema com aquela calma. As coisas eram resolvidas no grito e na pancada. Diante daquela serenidade emudeci. Ele continuou:
_ Meu filho, você é muito jovem, não sabe como é viver numa cidade grande. Eu e sua mãe vamos ficar muito preocupados e tristes com a sua ausência. Tudo tem seu tempo, quando você for de maior pode ir. Pense nisto. Caí no choro, queria abraçá-lo
mas tinha vergonha. Entre soluços disse:
_ Pai, eu não quero mais ir embora.
Ele passou a mão na minha cabeça e saiu, foi chorar às escondidas.
Poucos anos se passaram depois disso, quando chegou o dia de eu ir definitivamente para o Recife, agora com a bênção e a aprovação dos meus pais. Estava indo embora com um propósito grandioso, iria me preparar para ser Pastor. E isto os deixou muito felizes.
Pastor Vasconcelos

23 abril 2012

O Que Torna Uma Igreja Grande?

“Portanto  ide  e  fazei discípulos  de todos os povos, batizando-os  em   nome do  Pai e do Filho  e  do  Espírito Santo, ensinando-os  a  guardar todas as coisas que  eu vos tenho mandado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação  dos séculos.”  Mateus 28:19 e 20

Um dia perguntaram a Jesus qual era o maior mandamento, o  mais  importante, Jesus respondeu: Ame a Deus com todo seu coração e ao próximo como a si mesmo.
Algum tempo depois em uma de suas últimas palavras aos discípulos Jesus deu-lhes a grande comissão e lhes designou mais três  incumbências:  fazer discípulos, batizá-los e ensiná-los a obedecer a tudo que havia ensinado.
Atualmente há uma preocupação por parte de alguns líderes eclesiásticos sobre o crescimento da igreja. O que fazer para a igreja crescer? Ou, o que está impedindo o crescimento da igreja?

Cada igreja é definida pelo que ela se compromete a fazer. Uma grande igreja é uma igreja comprometida com o grande mandamento “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”  e,  com a grande comissão , “fazer discípulos, batizá-los e ensiná-los a obedecer a Palavra”.
Devemos ser dirigidos pelo grande mandamento e pela grande comissão. Uma igreja que não observa estes princípios está prestes a morrer ou melhor, ela não existe como igreja. Não nos esqueçamos destes propósitos da igreja, são cinco propósitos:
1) Amar a Deus;
2)Amar ao próximo;
3) Discipular;
4) Batizar;   
5) Ensinar.
Vejamos sobre o primeiro propósito da igreja. Amar a Deus com todo o seu coração. Como podemos expressar esse amor a Deus? Adorando-o.
A igreja existe para adorar a Deus. Não importa se estivermos sós, não importa se estivermos com um grupo pequeno ou com mil pessoas. Quando expressamos o nosso amor a Deus, o adoramos.
Talvez você seja membro de uma igreja pequena, talvez você tenha ouvido alguém dizer que a sua igreja é uma igreja desanimada. Quem sabe, alguém já saiu de sua igreja em busca de uma maior, alegando que ali poderá expressar melhor o seu louvor ou que ali há uma maior manifestação do Espírito Santo.
A Bíblia nos mostra que não é o lugar e sim, a atitude do adorador que determina o nível do seu louvor. Você pode adorar a Deus sozinho. Você pode adorá-lo com um pequeno grupo de pessoas, você pode adorá-lo no meio de uma multidão.
A Bíblia diz:
“Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás”(Mt. 4:10), observe que a palavra a adorar vem antes de servir.
Adorar a Deus é o primeiro propósito da igreja.Quantas vezes nos ocupamos tanto trabalhando para Deus e não temos tempo para adorá-lo.
Há quem se gabe de estar dirigindo tantas congregações, de estar fazendo visitas em hospitais, presídios, orfanatos, asilos; isto é maravilhoso, indica que a pessoa está atuante no serviço do Senhor, mas perguntamos: e os momentos a sós com Deus?
Lembre-se a adoração vem antes do serviço.  “Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás”.
Em toda a Escritura somos ordenados a celebrar a presença de Deus através da glorificação e da exaltação de Seu nome. O Salmo 34:3 diz:  “Engrandecei ao Senhor comigo; juntos exaltemos o seu nome”.
Não podemos adorar a Deus como se fosse uma obrigação, devemos adorá-lo porque queremos. Devemos nos alegrar em expressar o nosso amor a Deus.

Pr. José Vasconcelos